
SONDAGEM ELÉTRICA VERTICAL (SEV)
Necessidade: A investigação da resistividade elétrica do solo é fundamental para projetos de engenharia que dependem do comportamento eletromagnético das camadas subterrâneas. Estruturas como sistemas de aterramento, fundações profundas, dutos enterrados, linhas de transmissão, usinas solares e sistemas de proteção catódica exigem conhecimento preciso da variação de resistividade para garantir segurança, desempenho e longevidade. Sem esse ensaio, o projetista trabalha, metaforicamente, às cegas no subsolo — um lugar onde imprevistos costumam sair caros.
Objetivo: O ensaio de sondagem elétrica tem como objetivo determinar a resistividade aparente das diferentes camadas do subsolo, permitindo identificar espessuras, profundidades e contrastes estratigráficos. A partir desses dados, é possível modelar o perfil geofísico do terreno, subsidiando projetos de engenharia e análises ambientais. Em termos simples, ele revela como o solo conduz eletricidade e, a partir disso, como suas camadas internas se comportam.
Normas que Regulam e Norteiam: No Brasil, este tipo de ensaio é orientado por um conjunto de normas técnicas que garantem padronização e confiabilidade:
- NBR 7117 – Determinação da Resistividade do Solo
- NBR 15751 – Sistema de Aterramento – Requisitos
- NBR 5419 – Proteção Contra Descargas Atmosféricas (para aplicações relacionadas a para-raios e malhas de aterramento)
- IEEE Std 81 – Guide for Measuring Earth Resistivity, Ground Impedance and Earth Surface Potentials
- ABNT/CE 003:064.001 – Ensaios Geofísicos (com recomendações gerais)
Esses documentos orientam desde o procedimento de campo até a interpretação dos dados.
Público-Alvo: Este ensaio é voltado para:
- Engenheiros civis e geotécnicos
- Projetistas de sistemas de aterramento
- Empresas de transmissão de energia
- Projetistas de parques solares e eólicos
- Empresas de geofísica aplicada
- Setor ambiental e de investigação de contaminação
- Indústrias que necessitam de alta confiabilidade elétrica
Descrição Técnica da Atividade: A sondagem elétrica – também chamada de Sondagem Elétrica Vertical (SEV) – consiste na aplicação de corrente elétrica no solo e medição do potencial resultante para calcular a resistividade aparente das camadas.
O método tradicional utiliza arranjos eletrodos como:
- Wenner
- Schlumberger
- Dipolo–Dipolo (mais utilizado em mapeamentos horizontais)
O equipamento injeta corrente entre dois eletrodos e mede a diferença de potencial entre outros dois. A partir desses valores, calcula-se a resistividade aparente. Variando progressivamente o espaçamento entre eletrodos, obtém-se informações em profundidades maiores, o que permite modelar o subsolo.
O resultado é interpretado por meio de curvas de resistividade e inversões geofísicas, revelando camadas, interfaces, umidade e possíveis materiais (argilas, areias, rochas, circulação de água, etc.).
Diferença Técnica entre Resistivímetro e Terrômetro: Aqui está a distinção que todo engenheiro deveria ter em mente:
Resistivímetro
- Instrumento específico para sondagens elétricas geofísicas.
- Mede resistividade aparente de camadas do solo.
- Opera com maior amplitude de corrente, mais sensibilidade e capacidade para arranjos longos (dezenas a centenas de metros).
- Permite aquisição contínua para interpretação estratigráfica.
- Utilizado para modelagem do subsolo e investigações profundas.
É, digamos, o equipamento “arqueólogo elétrico”.
Terrômetro
- Instrumento usado para medição de resistência de aterramento.
- Mede resistência elétrica de um ponto ou sistema de aterramento, não resistividade estratigráfica.
- Projetado para baixa profundidade e menor amplitude de corrente.
- Utiliza métodos simplificados como o método do triângulo ou estaca auxiliar.
- Não é adequado para sondagens geofísicas.
É o “clínico geral do aterramento”: ótimo no que faz, mas não para investigar o subsolo.
Em resumo:
O resistivímetro investiga o subsolo;
O terrômetro avalia o aterramento instalado.
Resumo da Atividade
A sondagem elétrica para determinação da resistividade do solo é um método geofísico essencial para conhecer o comportamento elétrico e geotécnico das camadas subterrâneas. Ela utiliza um resistivímetro para aplicar corrente elétrica no solo e medir a resposta em profundidade, gerando modelos confiáveis para projetos de engenharia. A atividade segue normas nacionais e internacionais e fornece dados decisivos para o dimensionamento seguro e eficiente de sistemas de aterramento, fundações e estudos ambientais.
